A delegação do Flamengo pousou em Lima na madrugada desta quinta-feira (27) e, antes mesmo de desembarcar oficialmente na capital peruana, já encontrou um cenário que lembrava o Rio: milhares de rubro-negros formaram corredores no aeroporto Jorge Chávez, cantaram por mais de uma hora e seguraram faixas que repetiam o mantra “Faça o Sábado Virar História”. O clube carioca disputa, neste sábado (29/11, 18h de Brasília), a final da Libertadores contra o Palmeiras no Estádio Monumental “U”, e a recepção calorosa, que viralizou em canais de TV e redes sociais, indica que a torcida local — estimada em 18 mil brasileiros residentes ou viajantes — transformou Lima numa extensão da Gávea. A mobilização é tão intensa que a Polícia Nacional do Peru reforçou o efetivo no entorno do hotel onde o elenco está concentrado, temendo tumultos semelhantes aos registrados em 2019, quando flamenguistas invadiram o bairro de Lince antes da final contra o River.

A escolha de passar pelo Rio antes de cruzar a fronteira teve explicação técnica. O técnico Filipe Luís priorizou o trabalho de regeneração física no Ninho do Urubu, onde o clube mantém equipamentos de crioterapia e um laboratório de análise de desempenho que não estavam disponíveis em Porto Alegre, palco da semifinal contra o Grêmio. O treinador também aproveitou os dois dias de folga para ajustar a transição defensiva: em 12 partidas de mata-mata nesta Libertadores, o Flamengo sofreu apenas cinco gols, com média de 0,41 — melhor marca entre os semifinalistas. O sistema defensivo sólido, porém, convive com preocupação no setor ofensivo: Gabigol, artilheiro histórico do clube na competição (34 gols), ainda busca seu primeiro tento desde a lesão no tornozelo direito sofrida em setembro. A expectativa é que o atacante atue como falso nove, abrindo espaço para os cortes de dentro para fora de Luiz Araújo e de Bruno Henrique, que reaparece entre os relacionados após 70 dias de tratamento de pubalgia.

Do outro lado, o Palmeiras chegou a Lima na quarta-feira vindo de Caxias do Sul, onde fechou a preparação com trabalho de intensidade alta nos 3/4 do campo. A delegação alviverde optou por não passar por São Paulo para reduzir o desgaste logístico; o time de Abel Ferreira venceu sete dos últimos nove jogos fora de casa, incluindo a goleada por 4-1 sobre o Fortaleza na Arena Castelão que selou o título brasileiro antecipado. O retrospecto recente contra o Fla, porém, traz equilíbrio: nos últimos dez encontros, são quatro vitórias para cada lado e dois empates, com saldo de 14 a 14. A grande novidade palestrina deve ser a entrada de Vitor Roque no lugar de Rony, deslocando Dudu para a ponta-esquerda e buscando profundidade nas costas de Matías Viña, setor onde Filipe Luís costuma explorar a velocidade de Bruno Henrique. A arbitragem ficará por conta do chileno Piero Maza, que já apitou quatro jogos de equipes brasileiras nesta edição, com média de 5,2 cartões amarelos por partida — dado relevante para um clássico que costuma esquentar no meio-campo.

A final marca o segundo confronto entre os maiores campeões da Libertadores no século XXI: o Palmeiras busca seu quarto troféu (2000, 2020, 2021) e o Flamengo o terceiro (2019, 2022). Quem vencer entra para o grupo de Boca Juniors, Independiente e Peñarol como únicos clubes com três conquistas na Era dos Pontos Corridos (desde 2000). O Estádio Monumental “U”, com capacidade para 80 mil espectadores, já está esgotado; cerca de 45 mil ingressos foram vendidos para torcedores de ambos os clubes, enquanto os demais ficaram com peruanos que terão sua primeira final da Libertadores em solo nacional desde 1997, quando o Sporting Cristal recebeu o Cruzeiro. A Conmebol confirmou VAR com sistema de comunicação em português para técnicos e capitães, além do protocolo de substituição adicional em caso de suspeita de concussão — regra que pode ser decisiva em uma partida onde a bola parada decidiu 42% dos gols de cada equipe na campanha.

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