Poliane França Gomes, conhecida como “Sereia do Crime”, foi presa na capital baiana com R$ 190.000,00 em espécie. A detenção ocorreu nesta quinta-feira, 27 de novembro de 2025, em Salvador, e ocorreu após investigação conjunta da Polícia Civil e da Polícia Federal. Gomes, advogada de formação, havia atuado como “intermediária” entre a liderança de facção criminosa e seus detentos, e a apreensão de dinheiro reforça a operação que visa desmantelar a estrutura de comando da organização. A prisão traz à tona a participação de profissionais do direito na facilitação de atividades ilícitas.
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Gomes mantinha relacionamento íntimo com Leandro de Conceição Santos Fonseca, alias Shantaram, líder da facção detido no Presídio de Segurança Máxima de Serrinha, a cerca de 190 km da capital. Segundo o boletim de ocorrência, a advogada transmitia ordens estratégicas, reorganizava territórios, articularia cobranças e mantinha contato direto entre presos e comandantes que atuavam fora das celas. O esquema incluía operações em Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari e Salvador, atuando como gerenciadora territorial em diversas regiões metropolitanas.
A ação não se restringiu apenas à prisão de Gomes. A Justiça ordenou o bloqueio de R$ 100 000 000,00 em contas bancárias vinculadas aos investigados e proibiu o uso de bens avaliados em aproximadamente R$ 1 000 000,00. Além do dinheiro em espécie, foram recuperados documentos que indicam movimentações financeiras e contratos de fachada, reforçando a extensão do esquema. A operação, realizada em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público, também identificou outras pessoas que atuavam em funções logísticas e de comunicação para a facção.
A apreensão de R$ 190 000,00 e a detenção de Gomes sinalizam o avanço das autoridades no combate à infiltração de profissionais do setor jurídico nas atividades de organizações criminosas. A medida destaca a necessidade de fiscalização mais rigorosa de escritórios de advocacia e de profissionais que possam estar envolvidos em atividades ilícitas. A operação permanece em andamento, com possíveis novas prisões e a continuidade dos bloqueios financeiros, enquanto o Ministério Público avalia a extensão dos recursos ilícitos e o alcance das redes de apoio à facção.