A música clássica não precisa ser chata e Gabriele Leite sabe disso. Recentemente, a violonista lançou seu segundo disco, Gunûncho, pela gravadora Rocinante, trazendo uma nova perspectiva à música de concerto. O álbum reúne obras de quatro compositoras que, embora não fossem violonistas, escreveram peças marcantes para o instrumento: Chiquinha Gonzaga, Lina Pires de Campos, Tania León e Thea Musgrave. Com essa produção, Gabriele Leite busca desafiar as convenções da música clássica, trazendo ruídos propositais e uma abordagem mais pessoal à arte.

Gabriele Leite é uma das violonistas mais destacadas da sua geração, tendo sido a primeira da categoria a entrar na lista Forbes Under 30 e presente na lista do Futuro da Música da Rolling Stone Brasil. Com uma carreira sólida em música clássica, ela passou anos navegando pelos códigos não escritos da música de concerto. No entanto, com Gunûncho, ela busca trazer uma nova camada de significado ao projeto, resgatando compositoras esquecidas e valorizando a memória afetiva. O nome do disco vem de uma mantinha de bebê que sua mãe, Edelzuita Leite, lhe dava quando era criança, e que agora se transformou em um símbolo de apoio familiar e resgate da história.

A produção do disco envolveu uma curadoria cuidadosa das obras e uma abordagem interpretativa que valoriza a expressividade e a liberdade. A caligrafia da palavra Gunûncho na capa do disco é da mãe de Gabriele, o que traz um elemento pessoal e emocional ao projeto. Além disso, o disco é também um tributo àquelas que não tiveram oportunidades iguais, como sua mãe, que não pôde concluir a escola. Com essa atitude, Gabriele Leite busca humanizar a música clássica e aproximá-la do público, mostrando que ela pode ser acessível e emocionante.

Com Gunûncho, Gabriele Leite se posiciona como uma das principais vozes da música clássica brasileira contemporânea, trazendo uma perspectiva inovadora e pessoal à arte. O disco é um exemplo de como a música pode ser usada para resgatar histórias e memórias, e para valorizar a diversidade e a inclusão. Ao trazer à tona a obra de compositoras esquecidas e ao compartilhar sua própria história, Gabriele Leite mostra que a música clássica pode ser uma ferramenta poderosa para contar histórias e emocionar o público.

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