No final de novembro de 2025, a multinacional Coca-Cola, com sede nos Estados Unidos, se manifestou sobre o patrocínio a um congresso realizado no Brasil, que contou com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, como palestrante. O comunicado ocorreu após um integrante do Departamento de Estado dos EUA entrar em contato com um executivo da empresa para questionar o apoio financeiro ao evento. Alexandre de Moraes foi sancionado pelo governo de Donald Trump com a Lei Magnitsky em julho de 2025, devido à sua atuação no STF.

A Coca-Cola informou que já havia apoiado o Congresso Nacional do Ministério Público em edições anteriores e que, ao selar o patrocínio neste ano, ainda não tinha conhecimento de quem seriam os palestrantes. A empresa esclareceu que seu objetivo ao apoiar o congresso era fomentar o diálogo sobre temas de interesse público e relevância social. A Coca-Cola também afirmou que não tem participação na definição da programação ou na escolha dos palestrantes, cabendo essas responsabilidades exclusivamente aos organizadores do evento. O XXVI Congresso Nacional do Ministério Público, realizado em 2025, teve como tema “O MP do futuro: democrático, resolutivo e inovador” e contou com a palestra de encerramento do ministro Alexandre de Moraes. Os ingressos para o evento custaram entre R$ 820 e R$ 1.020.

A posição da Coca-Cola reflete a complexidade das relações entre empresas multinacionais e governos, especialmente quando se tratam de sanções internacionais. A Lei Magnitsky, utilizada para sancionar indivíduos por violações de direitos humanos, pode ter implicações para empresas que façam negócios nos Estados Unidos, caso elas financiem direta ou indiretamente pessoas sancionadas. Nesse contexto, a manifestação da Coca-Cola visa esclarecer sua posição e evitar possíveis consequências práticas, como sanções secundárias. A empresa busca demonstrar que seu apoio ao congresso foi feito com o objetivo de promover o diálogo sobre temas de interesse público e não teve qualquer envolvimento na escolha do ministro Alexandre de Moraes como palestrante.

A nota da Coca-Cola destaca a importância de esclarecer as circunstâncias do patrocínio e a não participação da empresa na definição da programação do congresso. Além disso, a empresa reafirma seu compromisso com a promoção do diálogo sobre temas de interesse público e relevância social. O caso também levanta questões sobre a interseção entre as relações internacionais, a lei e a responsabilidade corporativa. A situação da Coca-Cola em relação ao evento e à sanção aplicada ao ministro Alexandre de Moraes servirá como exemplo para outras empresas multinacionais que operam em contextos semelhantes, realçando a necessidade de transparência e cuidado ao navegar por questões complexas de política internacional e sanções.

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