A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizada na quinta-feira, 27 de novembro de 2025, foi marcada por uma confusão generalizada entre os parlamentares. O presidente da Comissão, senador Carlos Viana, do partido Podemos, de Minas Gerais, sugeriu um acordo que envolvia o adiamento de requerimentos, incluindo a convocação do Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Esse adiamento gerou um questionamento do deputado Zé Trovão, do partido PL, de Santa Catarina, que indagou se os colegas estavam apenas protelando a votação ou se de fato planejavam levar adiante a convocação na semana seguinte.
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A sugestão do senador Carlos Viana e a pergunta do deputado Zé Trovão desencadearam uma série de gritos e trocas de acusações entre os parlamentares, com ambos os lados, tanto a base quanto a oposição do governo, se ofendendo mutuamente. Nomes de figuras políticas proeminentes, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do partido Novo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, do partido PL, e o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do partido PT, foram mencionados durante o tumulto. A confusão durou cerca de 10 minutos e só foi contida após o presidente da Comissão solicitar que os parlamentares retomassem o decoro e ameaçar cortar os microfones. Após esse período de tensão, a sessão foi retomada normalmente.
O contexto institucional em que se insere essa sessão tumultuada da CPMI do INSS está relacionado ao escândalo revelado pelo portal Metrópoles em dezembro de 2023, sobre a arrecadação de entidades com descontos de mensalidade de aposentados, que alcançou R$ 2 bilhões em um ano, enquanto essas associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados. As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e contribuíram para as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU), resultando na deflagração da Operação Sem Desconto em 23 de abril, que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. A CPMI do INSS foi estabelecida para investigar esses fatos e apurar responsabilidades, o que torna as discussões e votações na comissão de grande importância para a elucidação do escândalo.
A dinâmica da sessão da CPMI do INSS reflete as tensões políticas e as complexidades envolvidas na investigação do escândalo. A sugestão de adiar a convocação do Advogado-Geral da União e as reações subsequentes evidenciam as divergências entre os parlamentares sobre como proceder nas investigações. A necessidade de manter o decoro e a ordem durante as sessões é fundamental para que a comissão possa realizar seu trabalho de forma eficaz e imparcial, visando esclarecer os fatos e promover a justiça. A evolução das investigações e as decisões tomadas pela CPMI terão consequências significativas para os envolvidos e para a gestão do INSS e da Previdência como um todo.