No dia 28 de novembro de 2025, ocorreu no Complexo do Alemão e na Penha, no Rio de Janeiro, um evento em que 121 pessoas perderam a vida. A operação policial, conduzida sob a autorização do governador Cláudio Castro, envolveu unidades da Polícia Militar do estado, agentes da Polícia Federal e de outras agências de segurança. O Comando Vermelho, organização criminal que exerce controle sobre essas comunidades, manteve sua presença no local, enquanto o Estado buscava restabelecer a ordem pública nas áreas afetadas.
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O contexto institucional se caracteriza pela coexistência de múltiplos atores que exercem poder sobre o território. A administração estadual, representada por Castro, adotou uma estratégia de intervenção que, segundo relatórios oficiais, tinha a intenção de reduzir a atuação do Comando Vermelho e reestabelecer a governança do Estado sobre a região. Paralelamente, a Polícia Federal, responsável por investigar e coibir atividades criminosas de natureza transnacional, coordenou esforços para prender indivíduos envolvidos na logística da organização. O Estado brasileiro, no âmbito do sistema de segurança pública, tem adotado políticas de combate ao crime organizado que incluem operações de força policial em áreas consideradas de alto risco.
Do ponto de vista político, a operação ocorreu em meio a um período de preparação para eleições estaduais e nacionais. O governador Castro, em campanha para o Senado, e seu partido, que faz parte de uma coalizão de direita, têm promovido uma plataforma centrada na segurança pública, destacando o endurecimento penal como prioridade. A operação também se inseriu em um cenário de reestruturação do bolsonarismo, que, após a prisão de Jair Bolsonaro, busca reposicionar a questão da segurança como pilar de sua agenda. A narrativa oficial associou a ação à necessidade de combater a criminalidade nas grandes metrópoles, apresentando-a como medida de defesa dos direitos dos cidadãos e de proteção às comunidades mais vulneráveis.
As consequências práticas da intervenção foram imediatas e amplas. Entre os 121 mortos, incluíam cidadãos inocentes, moradores de longa data das comunidades, bem como integrantes das facções criminosas. Houve também um número significativo de feridos, além de um grande deslocamento de pessoas em busca de segurança em áreas adjacentes. A operação resultou na prisão de dezenas de suspeitos ligados ao Comando Vermelho, mas também gerou críticas sobre a proporcionalidade do uso da força e sobre a possível violação de direitos humanos. Em termos administrativos, o governo estadual implementou medidas de emergência, como o aumento de patrulhamento policial e a instalação de centros de acolhimento temporário para deslocados.
Do ponto de vista internacional, a operação no Rio de Janeiro atraiu atenção de parceiros estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos e de outras nações da América Latina, que têm programas de cooperação em segurança pública e combate ao tráfico de drogas. A narrativa oficial do Estado brasileiro, associada a termos como “consórcio da paz”, posicionou a intervenção como parte de um esforço mais amplo de coordenação regional contra o narcotráfico. No entanto, a participação internacional não se concretizou em intervenções diretas, permanecendo, em grande parte, no âmbito de assessoria técnica, transferência de tecnologia e diálogo institucional.
Esses elementos delineiam o quadro da operação policial de 28 de novembro de 2025, destacando seu contexto institucional, a motivação política, as consequências imediatas e a dimensão internacional. A análise mantém foco nos fatos, evitando juízos de valor, e apresenta as relações entre as diferentes esferas de atuação que convergiram para o evento.