O Banco Central (BC) deve iniciar o próximo ano com dois diretores a menos, uma vez que os diretores Renato Dias de Brito Gomes, da Organização do Sistema Financeiro, e Diogo Abry Guillen, da Política Econômica, deixam os cargos no dia 31 de dezembro. Essa mudança significará que o quadro de diretores da autoridade monetária será reduzido, criando uma situação em que a presidente do BC, Gabriel Galípolo, avaliou que é preciso esperar pelo momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entender como certo para realizar as indicações de novos diretores.
Veja também
* Você permanecerá em nosso site.
A expectativa do mercado financeiro é que os nomes indicados por Lula sejam mais alinhados aos interesses do governo, como vem acontecendo nas indicações do presidente, que já indicou sete diretores do BC para ocupar os nove vagas disponíveis. A falta de indicados foi um dos motivos pelos quais o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), decidiu cancelar a sabatina do advogado-geral da União, Jorge Messias, que estava sendo contemplado para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A tensão entre o Executivo e o Legislativo dificulta a existência de um espaço para que os indicados ao BC sejam conhecidos e sabatinados.
O Congresso Nacional entra em recesso no dia 22 de dezembro, e os trabalhos legislativos são paralisados, tornando difícil para o presidente Lula indicar dois nomes nos próximos dias e para o Senado estabelecer um cronograma para apreciação dos possíveis diretores. Além disso, o “beija mãos”, em que os indicados visitam gabinetes de parlamentares para defender seus interesses e garantir os votos necessários, não teria tempo hábil para ocorrer. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal também precisa aprovar as indicações, mas a recente crise entre o Executivo e o Legislativo em torno da indicação de Messias para o STF pode dificultar a aprovação.
A situação atual cria uma incerteza sobre quem serão os próximos diretores do BC, que é necessário para que a autoridade monetária possa funcionar de forma eficaz. A redução do quadro de diretores pode afetar a tomada de decisões importantes e a implementação de políticas econômicas. Enquanto isso, o presidente Lula ainda precisa fazer as indicações para preencher as vagas deixadas pelos dois diretores que deixam os cargos em dezembro.